POR TI E PARA TI

Sim, o Shatner do título é o actor cromo de Star Trek, se bem que na perspectiva de “Where’s Captain Kirk?”, canção da banda punk Spizz Energi. William Shatner é referido no livro, mas não está nele. Na verdade, nem o autor sabe onde está. Do dito Shatner só interessa para o enredo que, num episódio desse clássico televisivo de ficção científica, era ele o fagotista de um grupo de música de câmara.

Yep: logo à partida, as referências musicais deste novo caudal de frases de Rui Eduardo Paes (carinhosamente mais conhecido por REP) – porque é de um livro sobre música que se trata – estão no rock and roll e na clássica, ainda que para falar de jazz, de improvisação e dessa música que se diz ser “experimental”. Também se passa pelo hip-hop queer e pelo nintendocore, por exemplo, mas afinal nenhuma forma de arte é uma ilha e tudo está, de alguma maneira, interligado. Até quando o que encontramos são as des-associações reais ou quimicamente induzidas que constituem a realidade. Os contos desta, nas páginas que aqui estão dentro, são os do sexo, da loucura e da morte.

A música não comunica nada, segundo Gilles Deleuze? Mentira: comunica-nos o desejo, esse grande motor do nosso quotidiano, a esquizofrenia que nos define como humanos e a atribulada relação que temos com a Grande Ceifeira. Para ler em ritmo de corrida, porque foi escrito em ritmo de corrida.

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Descrição

Este livro resulta da dor e do sofrimento de uma mãe que viu morrer, aos 26 anos, o seu único filho. Outras mães terão passado pela mesma experiência traumática, ou por outras situações de perda, impiedosa, irremediável, que são como “Espadas trespassadas na alma”. Com a poesia de Nené Pereira – simples, emotiva, intuitiva – conseguirão talvez aprender a conviver com a dor.

Quando dentro do peito está um coração despedaçado e já não se consegue sentir senão sofrimento e tristeza…

Quando os olhos teimam em derramar lágrimas…

Quando é enorme a vontade de deitar cá para fora o sentimento de revolta e dor…

Quando a vida nos dá um diamante e sem sequer avisar o faz desaparecer…

Quando na nossa vida o tempo pára e nada faz sentido…

Aí, a vontade de escrever aparece e com as palavras a jorrar conseguimos partilhar emoções, raivas, dúvidas, recordações…

Homenagear foi a principal intenção, mas não só. Também, tentar ajudar quem em idêntica situação se encontrar. Porque em todas as fases da vida da autora esteve sempre presente o AMOR!

Por tudo isto e muito mais, nasceu Por ti e para ti, obra pequena, mas escrita com muito amor, saudade e dor.